Dados do Trabalho
Título
Revisão sistemática e meta-análise da acurácia diagnóstica do supradesnivelamento do segmento ST para diagnóstico de oclusão coronária aguda
Objetivo
Avaliar a sensibilidade e especificidade diagnósticas do supra desnivelamento do segmento ST em um ECG de 12 derivações na detecção de oclusão coronária aguda em qualquer uma das artérias coronárias, confrontando com a atual divergência Supra x Não-Supra.
Fonte de Dados
Estudos do MEDLINE e Scopus (2012-2023) comparando achados de ECG com cateterismos cardíacos, em que foram avaliados sistematicamente seguindo as diretrizes PRISMA-DTA. O risco de viés foi feito pelo QUADAS-2.
Seleção de Estudos
Os estudos em questão focaram em pacientes com síndrome coronária aguda e forneceram informações que permitiram a montagem de tabelas de contingência para cálculo de sensibilidade e especificidade, excluindo aqueles que não tinha SCA, critérios desatualizados de STEMI ou foco específico em bloqueios de ramo ou artérias coronárias específicas. Os dados foram extraídos sistematicamente e as estimativas de precisão dos testes agrupadas foram calculadas usando o software MetaDTA, empregando análises bivariadas para variação intra e inter-estudos. Os desfechos primários medidos foram a sensibilidade e a especificidade do supradesnivelamento do segmento ST na detecção de OCA.
Coleta e Análise de Dados
Três estudos com 23704 participantes foram analizados. A sensibilidade agrupada do supradesnivelamento do segmento ST para detecção de OCA foi de 43,6% (IC 95%: 34,7%-52,9%), concluindo que mais da metade dos casos de OCA (56,4%) pode não apresentar critérios de supradesnivelamento do segmento ST no Eletrocardiograma da Emergência. A especificidade foi de 96,5% (IC 95%: 91,2%-98,7%). Uma análise adicional usando a estratégia OMI-NOMI mostrou sensibilidade melhorada (78,1%, IC 95%: 62,7%-88,3%) mantendo especificidade semelhante (94,4%, IC 95%: 88,6%-97,3%).
Síntese de Dados
Mais da metade dos casos de OCA (56,4%) pode não apresentar critérios de supradesnivelamento do segmento ST no Eletrocardiograma da Emergência. A especificidade foi de 96,5% (IC 95%: 91,2%-98,7%).
Conclusão
Tais resultados corroboram com uma falha diagnóstica significativa no atual paradigma IAMCSST-IAMSSST, em que mais da metade dos casos de OCA são potencialmente ausentes de supradesnivelamento do segmento ST. A estratégia OMI-NOMI poderia oferecer uma abordagem diagnóstica aprimorada. A alta heterogeneidade e o número limitado de estudos exigem interpretação cautelosa e mais pesquisas sobre o tema.
Palavras Chave
Eletrocardiograma; Oclusão; Coronária; Emergência; Supra;
Área
CARDIOLOGIA
Autores
BRUNO PINOTTI CORREIA, José Nunes Alencar, Matheus Kiszka Scheffer, Kleber Gomes Franchini, Sandro Pinelli Felicioni, Mariana Fuziy Nogueira