Dados do Trabalho


Título

Isquemia cerebelar em criança de 8 anos: relato de caso

Contexto

O infarto cerebelar é caracterizado como uma lesão isquêmica do cerebelo que, juntamente com o infarto cerebral, acomete 1,6 crianças a cada 100.000 anualmente. A incidência tem aumentado devido ao advento da tomografia computadorizada (TC) e da ressonância nuclear magnética (RNM) de crânio. Os fatores de risco para isquemia cerebelar em crianças diferem significativamente daqueles em adultos, destacando a arteriopatia não aterosclerótica, infecções, exercícios extenuantes, distúrbios genéticos e metabólicos. A clínica da patologia pode variar a depender do local acometido, sendo comumente encontrado náusea, vômito, cefaleia, vertigem e ataxia de marcha na sintomatologia benigna e em casos mais graves compressão do tronco cerebral, descerebração e lesão de nervos cranianos. O tratamento pode ser conservador ou cirúrgico, a depender da estabilidade clínica e sintomas.

Descrição do(s) Caso(s) ou da Série de Casos

Paciente sexo masculino, 8 anos, hígido, há 1 semana com clínica de vertigem, cefaleia e vômitos. Atendimento médico inicial teve como hipótese diagnóstica infecção viral. Posteriormente evoluiu com piora do quadro, prostração, adinamia, vômitos persistentes, cefaleia de forte intensidade e ataxia de marcha, sendo optado por internação hospitalar. Realizada TC de crânio a qual evidenciou hipoatenuação córtico/subcortical na região cerebelar esquerda, área com características semelhantes e menores dimensões na região cerebelar direita e quarto ventrículo de calibre normal e mediano. Solicitada angioressonância magnética de crânio devido suspeita de oclusão da artéria vertebral, porém resultado demonstrou ausência de alterações. Assim, optou-se pelo tratamento clínico com vigilância neurológica intensiva e posteriormente alta devido boa evolução. Prescrito varfarina sódica 5mg meio comprimido por dia, controle com TAP/TTPa semanal, exames laboratoriais e seguimento ambulatorial com realização de TC de crânio seriada para acompanhamento.

Comentários

Este caso contribui para o diagnóstico de isquemia cerebelar em crianças, a qual é uma patologia rara e heterogênea em termos de causas e sintomas. O acompanhamento para seguimento com exames laboratoriais e de imagem deve ser ressaltado, a fim de se buscar estabelecer uma possível relação entre fator desencadeante e evento isquêmico. Novos estudos devem ser fomentados, uma vez que o diagnóstico etiológico permanece desconhecido em quase metade dos casos.

Palavras Chave

Isquemia; Cerebelo; Pediatria.

Área

PEDIATRIA

Autores

BRUNA CARVALHO BOTELHO, Mariana Fonseca Meireles, Nathalia Ferreira Souza, Thaís Pereira Martins