Dados do Trabalho
Título
Sífilis em Campinas: Avaliação da Prevalência e Impacto das Intervenções de Saúde Pública (2014-2023)
Objetivo
O objetivo geral deste estudo é avaliar a prevalência de sífilis gestacional, congênita e adquirida no município de Campinas. Os objetivos específicos incluem investigar as diferenças na prevalência de sífilis gestacional, congênita e adquirida na cidade de Campinas em um período de 10 anos, identificar os fatores que influenciam essas diferenças e avaliar a eficácia das intervenções de saúde pública implementadas.
Métodos
Este estudo utilizou uma abordagem retrospectiva analisando dados epidemiológicos coletados entre 2014 e 2023, a partir de informações do DATASUS. Foram consideradas as taxas anuais de incidência de sífilis gestacional, sífilis congênita e sífilis adquirida. A análise estatística inclui a relação destes dados com a implementação de políticas de saúde e campanhas de prevenção, bem como com variáveis socioeconômicas e demográficas. Por se tratar de uma coleta de dados de banco oficial do governo, o presente trabalho dispensou a aprovação de comitê de ética.
Resultados
Os resultados mostraram que as taxas de incidência de sífilis flutuaram significativamente durante o período do estudo. Em 2022, os casos de sífilis adquirida alcançaram 1.764, um aumento de 38,4% em relação ao ano anterior. Os casos de sífilis gestacional atingiram 461, aumento de 56% comparado a 2021, e os de sífilis congênita subiram para 125, um aumento de 58%. Em 2023, ocorreu redução significativa em todos os tipos: sífilis adquirida caiu para 811 casos (redução de 54%), sífilis gestacional para 226 (queda de 51%), e sífilis congênita para 74 (redução de 41%). Descobriu-se que intervenções como campanhas de sensibilização e melhor acesso a testes e tratamento estão associadas a reduções de casos a curto prazo. No entanto, fatores como mudanças na política de saúde, disponibilidade de tratamento e a pandemia de COVID-19 aparentam uma relação direta com as taxas de incidência.
Conclusão
O estudo conclui que, apesar das campanhas e intervenções, os casos de sífilis em Campinas ainda são influenciados por uma combinação de fatores políticos, socioeconômicos e de saúde pública. Em particular, a pandemia de COVID-19 teve um impacto significativo no acesso aos cuidados de saúde, o que pode ter contribuído para o aumento de casos em 2022. Para um controle eficaz da sífilis, recomenda-se a continuação de políticas de saúde integradas centradas no rastreio, tratamento e educação adaptadas às realidades locais.
Palavras Chave
Sífilis; sífilis congênita; prevalência; Epidemiologia; SAÚDE PÚBLICA
Área
MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE
Autores
FERNANDO HENRIQUE FARIA DO AMARAL, Felipe Henrique Zanotti Palaro, Victor Ieiri de Oliveira , Lidiana Flora Vidoto da Costa , Camilla Mesquita da Silva Freire, Valeria Aparecida Masson, Haraldo Cesar Saletti Filho, Cynthia Yumi Inouye