Dados do Trabalho
Título
DOENÇAS CRÔNICAS E AUTOPERCEPÇÃO NEGATIVA DA SAÚDE EM USUÁRIOS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Objetivo
Este estudo objetivou avaliar a prevalência da autopercepção negativa da saúde e investigar sua relação com o diagnóstico médico autorreferido de doenças crônicas.
Métodos
Trata-se de um estudo transversal (CAAE nº 09474719.3.0000.5564 - Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS), realizado nas unidades da Atenção Primária à Saúde (APS) de Passo Fundo, Rio Grande do Sul, com coleta de dados através da aplicação de questionário, entre maio e agosto de 2019. O desfecho foi a autopercepção negativa da saúde aferido pelo questionamento “como você considera sua saúde?”, com agrupamento das respostas “ruim” e “regular”. Nas variáveis independentes, foi considerado o diagnóstico médico autorreferido de doenças crônicas (depressão, diabetes mellitus - DM, hipertensão arterial sistêmica - HAS, hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia, câncer, artrite/artrose, doenças cardíacas e tireoidianas). Na análise estatística, executaram-se as frequências absolutas e relativas das variáveis independentes, o cálculo da prevalência do desfecho com intervalo de confiança de 95% (IC95) e a verificação da sua distribuição conforme variáveis preditoras (teste de qui-quadrado de Pearson; erro alfa de 5%).
Resultados
A amostra (n=1.443) apresentou predomínio do sexo feminino (71,0%), entre 18 e 29 anos (20,5%), cor de pele branca (64,8%), ensino fundamental (45,6%), com cônjuge (72,2%), ausência de atividade remunerada (57,4%) e renda per capita de até 1 salário mínimo (71,2%). Ainda, 39,5% autorreferiram diagnóstico médico de HAS, 26,8% depressão, 25,2% hipercolesterolemia, 19,1% DM, 19,1% hipertrigliceridemia, 16,5% artrite/artrose, 15% da tireoide, 14,5% doenças cardíacas e 5,1% câncer. A autopercepção negativa da saúde foi indicada por 46,7% da amostra (IC95 44-49), sendo observadas maiores prevalências em idosos (631%; p<0,001), de cor branca (52%; p<0,003), com ensino fundamental (55,9%; p<0,001) e com diagnóstico médico autorreferido de depressão (68,8%; p<0,001), DM (71,3%; p<0,001), HAS (64,5%; p<0,001), hipercolesterolemia (64,3; p<0,001), hipertrigliceridemia (69,6%; p<0,001), câncer (66,2%; p=0,001), artrite/artrose (76,3%; p<0,001) doenças cardíacas (77,2%; p<0,001) e da tireoide (62,6%; p<0,001).
Conclusão
Infere-se, portanto, que a autopercepção negativa da saúde está relacionada ao envelhecer e ao diagnóstico médico de doenças crônicas, consoante com o esperado e a literatura científica.
Palavras Chave
prevalência; Autopercepção; atenção primária.
Área
MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE
Autores
MARTINA BASSOLLI, Jessica Boufleur, Lucas Dalla Maria, Gustavo Olszanski Acrani, Daniela Teixeira Borges, Amauri Braga Simonetti, Ivana Loraine Lindemann