Dados do Trabalho
Título
Caracterização da adesão ao tratamento das mães de crianças com sífilis congênita na Região Metropolitana da Baixada Santista
Objetivo
Descrever a faixa etária e correlacionar com a adesão ao tratamento de mães com filhos diagnosticados com sífilis congênita.
Métodos
Trata-se de um estudo ecológico. Os municípios integram a Região Metropolitana da Baixada Santista, ou seja, Bertioga, Cubatão, Guarujá, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande, Santos e São Vicente. Foram analisados dados do período de 2012 a 2023 do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), por meio do departamento de informática do DATASUS. Os resultados foram estratificados de acordo com a faixa etária, adolescentes (10 a 19 anos), jovens adultas (20 a 24 anos) e adultas (25 a 50 anos), e escolaridade da gestante, momento de diagnóstico materno, realização de pré-natal, tratamento do parceiro e evolução do caso. O programa estatístico SPSS versão 15.0 foi utilizado para processamento, realizou-se análises descritivas com médias, desvios padrão e prevalência. A normalidade dos dados foi avaliada pelo teste de Kolmogorov-Smirnov. Foi utilizado o Teste ANOVA unidirecional com pós-teste de Bonferroni. Utilizou-se o nível de significância de 5%. De acordo com a Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, os dados secundários dispensam aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa.
Resultados
De 2012 a 2023 foram notificados 2.926 casos de sífilis congênita na Baixada Santista, com uma média de 244 casos por ano (DP=71). A maioria dos casos ocorreram em adultos (79%), 21% das gestantes não concluíram o ensino fundamental, 37% das mulheres foram diagnosticadas com sífilis no momento ou após o parto, 17% não realizaram pré-natal, 68% dos parceiros não receberam tratamento e 12% das crianças evoluíram ao óbito. O tratamento da sífilis registrado, refere-se a 54% das mães de crianças com sífilis congênita, em média 44 (DP=20) mulheres em todo período avaliado. Dentre as 1587 gestantes que tiveram o tratamento registrado, 23% eram adolescentes, 33% jovens adultas e 43% adultas. As mulheres adultas em média tiveram maior registro de tratamento, comparado às adolescentes (p=0,002). Não foi encontrado diferença significativa no tratamento de adolescentes e jovens adultas, assim como de adultas e jovens adultas.
Conclusão
As mães das crianças diagnosticadas com sífilis congênita representam, em sua maioria, mulheres adultas, evidenciando a necessidade de investigação do tratamento em outras faixas etárias. Ademais, a baixa adesão do parceiro ao tratamento representa um grande empecilho para controle da sífilis congênita.
Palavras Chave
Sífilis; Adesão ao Tratamento; Faixa Etária
Área
GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
Autores
AMANDA DE ALMEIDA MACEDO SARABANDO, JEAN GUILHERME PONCIANO RABELLO, DAVI CASTOR DA SILVA, LUIZ FLÁVIO DE OLIVEIRA QUEIROZ JUNIOR, LUCAS PASSOS DOS SANTOS, MICHELLY ROCHA DE ALMEIDA