Dados do Trabalho


Título

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA MORTALIDADE POR DOENÇAS DO APARELHO DIGESTIVO NO BRASIL

Objetivo

O objetivo deste trabalho foi conhecer o perfil epidemiológico da mortalidade por doenças do aparelho digestivo no Brasil no período 2018 a 2022, a partir de uma análise dos dados registrados no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM).

Métodos

Foi realizado um estudo do tipo descritivo, quantitativo e retrospectivo utilizando dados do SIM. No campo Capítulo CID-10 foi selecionado o código “XI-Doenças do Aparelho digestivo”, sendo extraído o número de óbitos por categoria do CID por ano, região, faixa etária, sexo, raça, escolaridade e estado civil. O período estudado foi de 2018 a 2022.

Resultados

No período estudado, foram registrados 351.555 óbitos por doenças do aparelho digestivo, excluídas as neoplasias do trato gastrointestinal. A mortalidade anual por doenças desse sistema foi de 0,37/1000 habitantes. As categorias CID-10 mais frequentes dos óbitos foram a doença alcoólica do fígado (15,1%), cirrose hepática (13,5%) e obstrução intestinal (8,1%). Houve um predomínio de mortes no sexo masculino (60,7%). Entre as principais doenças, os óbitos por doença alcoólica do fígado prevaleceram na faixa etária de 45 a 54 anos, enquanto por cirrose hepática predominaram na de 55 a 64 anos, e por obstrução intestinal em idosos acima de 75 anos. A região Sudeste é a de maior mortalidade (40,28 óbitos/100.000 habitantes), seguida pelas regiões Sul (39,05 óbitos/100.000 hab.) e Nordeste (37,46 óbitos/100.000 hab.). A doença alcoólica do fígado predomina em mortes nos solteiros (42,1%) e casados (27,1%). A cirrose hepática é mais prevalente em casados (36,8%) em relação aos solteiros (28,2%). Em relação à escolaridade, notou-se a prevalência da mortalidade entre aqueles que frequentaram a escola por 1 a 7 anos (45,2%), seguido daqueles que frequentaram por 8 a 11 anos (17,74%) e sem escolaridade (14,9%). Brancos (49,58%) e pardos (39%) apresentaram as maiores taxas de óbito, sendo a doença alcoólica do fígado mais frequente nos pardos (48%) e a cirrose hepática prevalente nos brancos (49,7%), em número de óbitos. Houve um aumento expressivo de 13,6% na mortalidade das doenças do trato digestivo, entre 2018 e 2022.

Conclusão

As doenças do aparelho digestivo tem apresentado uma tendência de crescimento no país, sendo maior a incidência em brancos, do sexo masculino e da região Sudeste. As categorias CID mais comuns são a doença alcoólica do fígado, a cirrose hepática e a obstrução intestinal.

Palavras Chave

Doenças do Sistema Digestório; Mortalidade; Epidemiologia

Área

GASTROENTEROLOGIA

Autores

APOLLO NOBRE TORRES, ISABELA PRADO DIAS, GABRIELA LIMA CARNAÚBA, GUSTAVO TADEU FREITAS UCHÔA MATHEUS, CAROLINE ALVES DIAS, BIANCA DESIDÉRIO OLIVEIRA, ARTHUR FELICIANO MARQUES