Dados do Trabalho


Título

PERFIL E EVOLUÇÃO TEMPORAL DAS NEOPLASIAS DO CÓLON E DO RETO NO BRASIL

Objetivo

O objetivo do estudo foi demonstrar o panorama atual da neoplasia do colorretal, verificando se há diferenças em relação à incidência e à mortalidade dessa doença nas regiões do país e em relação ao perfil epidemiológico.

Métodos

Estudo descritivo e retrospectivo, utilizando dados do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) e do Painel Oncologia. No SIM, foi preenchido o código C18 e C20 na Categoria CID-10, referentes às neoplasias maligna do cólon e do reto, e foram extraídos o número de óbitos por região, faixa etária, sexo e raça. No Painel Oncologia, no campo Diagnóstico Detalhado foram selecionados os CIDs C18 e C20, e extraiu-se os dados por região, sexo, faixa etária, estadiamento. O período analisado foi de 2017 a 2023. O trabalho envolveu apenas dados secundários de domínio público, sendo dispensada a apreciação ao Comitê de Ética em Pesquisa.

Resultados

De 2017 a 2023, ocorreram 212.547 casos de câncer colorretal, sendo a neoplasia maligna do cólon (67%) mais incidente. Houve um aumento de 127,98% dos casos e 14,91% dos óbitos no período analisado. A distribuição regional mostra o Sudeste com mais casos de ambas as neoplasias (48,4%), porém as maiores incidências foram no Sul (21,77 casos/100.000 habitantes de câncer de cólon e 9,08 casos/100.000 habitantes de câncer de reto). O câncer afeta de forma similar homens (49,5%) e mulheres (50,5%), sendo mais comum em pessoas acima de 60 anos (56,3%). Cerca de 72,6% dos casos foram estadiados, com 25,8% no estágio 3 e 24,2% no estágio 4. De 2017 a 2022, 61,8% dos 175.305 pacientes com câncer colorretal faleceram, com 70,2% dos óbitos devido à neoplasia maligna do cólon. O maior número de óbitos de câncer de cólon e de reto foi no Sudeste (54,5%), enquanto as maiores taxas de mortalidade foram do Sul para o câncer de cólon (8,99 óbitos/100.000 habitantes) e do Sudeste para o câncer de reto (3,37 óbitos/100.000 habitantes). As taxas de mortalidade são semelhantes entre homens (49,6%) e mulheres (50,4%), com a faixa etária de 60 anos ou mais apresentando mais mortes (73,4%). A etnia branca teve mais óbitos (63%), mas a maior incidência foi na raça amarela (21,91 óbitos/100.000 habitantes).

Conclusão

Os casos e óbitos de câncer colorretal estão seguindo uma tendência de aumento nos últimos anos e verifica-se que o perfil dos pacientes ainda é de doença avançada e predomina entre idosos, portanto esse perfil epidemiológico pode ser utilizado para embasar as estratégias de rastreamento dessas neoplasias.

Palavras Chave

Neoplasias Colorretais; Epidemiologia; Trato Gastrointestinal

Área

ONCOLOGIA CLÍNICA

Autores

APOLLO NOBRE TORRES, CAIO VINICIUS DA SILVA ALBANEZI, LAURA RODRIGUES ALVES SPESSOTO DE FIGUEIREDO, LAÍS VASQUES BERTONCINI, BEATRIZ BARBOSA ANTOLINI, LÍVIA MELCHIOR SIMEÃO LOPES, CAMILA MARTINS PEREIRA