Dados do Trabalho


Título

ANOMALIAS DO TRATO GASTROINTESTINAL DE NASCIDOS VIVOS NO BRASIL NO PERÍODO 2013-2022

Objetivo

Determinar as anomalias ou defeitos congênitos do trato gastrointestinal mais frequentes no Brasil durante 10 anos, avaliando diferenças entre os sexos, raça e informações da mãe.

Métodos

Trata-se de estudo transversal realizado por meio do Sistema de Nascidos Vivos (SINASC). No campo “Períodos disponíveis” foi selecionado o período 2013 a 2022 e no campo “CID Anomalia” foram filtradas as anomalias com CID de Q390 (atresia de esôfago, sem fístula) a Q459 (malformações congênitas não especificadas do aparelho digestivo). O estudo abrangeu apenas dados secundários de plataforma pública, não sendo necessária a apreciação pelo Comitê de Ética em Pesquisa.

Resultados

Foram registradas 8444 anomalias e defeitos congênitos do sistema gastrointestinal de nascidos vivos na década analisada, representando uma incidência de 0,29/1.000 nascidos vivos. As anomalias mais frequentes foram relacionadas a malformações do ânus (ausência, atresia e estenose, sem fístula) e do esôfago (atresia, sem fístula), que representaram 27,1% e 15,3% desses casos, respectivamente. Na questão racial, as duas anomalias mais frequentes coincidiram com o padrão geral, porém a malformação do duodeno foi a terceira anomalia mais comum na raça branca, enquanto nas raças preta e parda a malformação não especificada do intestino ocupou essa posição. Quanto ao sexo da criança, o SINASC possuía dados apenas até 2013. Nesse ano, a maioria dos casos foi do sexo masculino (57,8%), sendo observadas diferenças na incidência da anomalia por sexo, com predominância da atresia e estenose do ânus nos meninos (29,2%) e da atresia e estenose do esôfago nas meninas (19,9%). Da mesma forma, a faixa etária materna deixou de ser preenchida no ano de 2013, porém os dados disponíveis indicaram que as maiores incidências de nascidos vivos com anomalias do trato digestivo foram relacionadas às mães com idades de 40 a 44 anos (0,56/1000 nascidos vivos).

Conclusão

As malformações do trato digestivo apresentaram as maiores incidências em nascidos do sexo masculino e filhos de mães com idade avançada, corroborando a gestação tardia como um importante componente na origem dos defeitos congênitos. Ademais, explicitou-se diferenças entre as anomalias de acordo com as respectivas raças observadas. Por fim, vale-se apontar como precariedade na coleta de dados pelos sistemas de saúde com o não registro de variáveis importantes prejudica o estudo epidemiológico das malformações.

Palavras Chave

Anomalia congênita; Nascido vivo; Trato Gastrointestinal; Epidemiologia.

Área

PEDIATRIA

Autores

APOLLO NOBRE TORRES, MELISSA GIACOMO SOARES, MÍRIAN AKIKO KAWAMURA, ALINE BEZERRA VERAS, NICOLE DOS SANTOS ABILIO, ROBERT FERREIRA CUNHA, IGOR MIGUEL NASCIMENTO ZANATA DOS SANTOS