Dados do Trabalho


Título

O PAPEL DA N-ACETILCISTEÍNA NO TRATAMENTO DE INTOXICAÇÃO POR ACETAMINOFENO APÓS DIAGNÓSTICO TARDIO EM AMBIENTE DE TERAPIA INTENSIVA: RELATO DE CASO

Contexto

Para casos de intoxicação por paracetamol deve-se iniciar a terapêutica com N - acetilcisteína como o antídoto de escolha. Na literatura vigente há a possibilidade de alguns protocolos para serem seguidos. Entretanto, não apresentamos estudos robustos sobre a eficácia da acetilcisteína para os casos de diagnósticos realizados tardiamente. Esse trabalho tem como objetivo levantar questões sobre o papel da N-acetilcisteína quando o diagnóstico da intoxicação por paracetamol ocorre de forma tardia.

Descrição do(s) Caso(s) ou da Série de Casos

Paciente de 30 anos, do sexo feminino, foi encontrada por familiares desacordada junto a uma cartela de comprimidos de Zolpidem após tentativa de suicídio, sendo socorrida imediatamente para um serviço hospitalar. A paciente foi encaminhada para Unidade de Terapia Intensiva, onde se manteve internada para investigação e manejo clínico. Apenas mais de 72 horas após o incidente, a paciente evoluiu com um aumento em mais de 10 vezes o valor de referência das transaminases, além do alargamento do valor do INR e piora de bilirrubinas. Em conversa com psiquiatra, paciente relatou ingestão de 30g de Paracetamol. Foi iniciado o uso de N-acetilcisteína como antídoto. Inicialmente o protocolo proposto foi de 72 horas. No entanto, ao decorrer do tratamento, a equipe médica, composta de especialistas, optou por estender o tratamento até que os níveis de INR e das transaminases estivessem dentro dos valores de referência recomendados. Sendo assim, o protocolo foi estendido e finalizado em 120 horas, tendo sido administradas 30 doses de N-acetilcisteína. Paciente manteve-se internada por 09 dias e evoluiu com melhora clínica e estabilidade hemodinâmica.

Comentários

O resultado da intoxicação por paracetamol é quase sempre favorável caso o antídoto, N-acetilcisteína, seja administrado em tempo oportuno. Por isso, o diagnóstico precoce da intoxicação por acetaminofeno é fundamental para o início da NAC antes de qualquer evidência de lesão hepática e, assim, garantir a eficácia do tratamento e evitar complicações graves no ambiente de UTI. É necessário maiores estudos sobre o papel da N-acetilcisteína em diagnósticos tardios e a mudança para protocolos de maior duração.

Palavras Chave

Intoxicação; Paracetamol; N-acetilcisteína; Protocolo estendido.

Área

MEDICINA INTENSIVA

Autores

EMILY FERREIRA DE ARAÚJO LIMA MELO, BÁRBARA AZEVEDO NEVES CAVALCANTI, BEATRIZ FRIED, ODIN BARBOSA DA SILVA