Dados do Trabalho


Título

Desafios no acompanhamento apropriado da epilepsia infantil na Atenção Primária: relato de caso

Contexto

A prevalência mundial de epilepsia está em torno de 0,5% a 1,0% da população constituindo uma das queixas mais comuns na Atenção Básica, com crises limitadoras, aumento de dependência social, comorbidades psiquiátricas e comprometimento neurocognitivo, especialmente em crianças. O diagnóstico majoritariamente é clínico e estratégias não medicamentosas como diário de registro de crises e adesão à dieta cetogênica corroboram para um manejo adequado. A Organização Mundial da Saúde estabelece que equipes de saúde em nível primário são capazes em detectar precocemente e oferecer tratamento eficaz à população acometida pela epilepsia. Tal cenário estimulou a construção de estudo de caso, objetivando identificar as dificuldades enfrentadas por uma família acompanhada em uma unidade de saúde da região do Vale do Paraíba Paulista no processo de investigação para o diagnóstico de epilepsia em paciente pediátrico.

Descrição do(s) Caso(s) ou da Série de Casos

Em fevereiro de 2023, alunas do curso de medicina acompanhadas pelo agente comunitário de saúde (ACS), em visita domiciliar a uma família e filho de 6 meses, com episódios de crises convulsivas desde o primeiro mês de vida, instigou a possibilidade de acompanhamento e monitoramento do caso. O paciente já havia sido encaminhado ao neurologista desde os 2 meses de vida. Em agosto de 2023, visando uma nova visita domiciliar, não foi possível realizá-la, devido transferência do ACS para outra unidade, tornando a área descoberta e sem monitoramento. Após 3 meses, paciente agora com 1 ano e 2 meses, em unidade de saúde acompanhado pela mãe, havia realizado consulta com neurologista, mas ainda aguardava a realização de eletroencefalograma e tomografia do crânio em razão de suspeita de epilepsia.

Comentários

Em agosto de 2023, identificou-se ausência de marcos de desenvolvimento esperados para a idade, estratégias de dieta cetogênica foram recomendadas e entregue um diário para registro de possíveis crises convulsivas. Em março de 2024, via contato telefônico à mãe, constatou-se a realização de nova consulta com neurologista e descarte do diagnóstico de epilepsia, porém com suspeita de autismo, sendo orientada a acompanhamento pela atenção básica.Embora a conduta diagnóstica da equipe seja adequada, o tempo de espera até o descarte do diagnóstico foi excessivamente longo, constatando que a transferência do ACS como a demora da consulta com especialista e realização de exames constituem grandes desafios para o diagnóstico de epilepsia infantil na atenção primária quando presente.

Palavras Chave

Crises Epilépticas; Epilepsia Infantil; Atenção Primária; Diagnóstico Precoce; Medicina da Família

Área

MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE

Autores

FERNANDA MOREIRA COSTA, FÁTIMA ARTHUZO PINTO