Dados do Trabalho


Título

Mortalidade durante a pandemia de COVID-19 no Brasil

Objetivo

Identificar as principais causas de morte no Brasil nos anos de 2018 e 2019, pré-pandemia da COVID-19, e compará-las com as ocorridas em 2020 e 2021, durante a pandemia.

Métodos

Estudo retrospectivo de análise dos dados de mortalidade disponibilizados pelo Departamento de Análise Epidemiológica e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde no site https://svs.aids.gov.br/daent/centrais-de-conteudos/paineis-de-monitoramento/mortalidade/cid10 (último acesso em 24/03/2024). Os óbitos ocorridos em 2018 a 2019 formaram o grupo pré-pandemia e os em 2020 e 2021, o grupo pandemia. Todos os óbitos foram computados, sendo selecionadas para comparação as causas de óbitos mais prevalentes e as consideradas de maior relevância. Na comparação, foram criadas tabelas de contingência 2x2 e aplicado o teste do Qui-quadrado. Para os cálculos, foi utilizada a calculadora disponibilizada pela Social Science Statistics, na página https://www.socscistatistics.com.O nível de significância foi definido como < 5% (p< 0,05). Como os dados são de acesso público, o termo de consentimento livre e esclarecido e o termo de compromisso de utilização de banco de dados foram dispensados.

Resultados

No período pré-pandemia ocorreram 2.666.520 óbitos e durante a pandemia 3.389.473, sendo 637.167 por COVID-19 e 2.752.306 pelas demais causas. Comparando o período pré-pandemia com o pandemia, houve aumento significativo nos óbitos por neoplasias malignas (454.795 vs 455.593, p< 0,00001), doenças cerebrovasculares (200.978 vs 201.897, p< 0,00001), doenças hipertensivas (107.001 vs 133.675, p< 0,00001), insuficiência cardíaca (53.562 vs 59.111, p< 0,00001), diabetes mellitus (131.824 vs 153.970, p< 0,00001), obesidade (6.115 vs 8.452, p< 0,00001), transtornos mentais e comportamentais (28.223 vs 35.577, p< 0,00001), causas externas (293.614 vs 295.360, p< 0,00001), acidentes (130.243 vs 135.777, p< 0,0085) e lesões autoprovocadas intencionalmente (26.253 vs 29.334, p< 0,0001). Houve redução estatisticamente significante dos óbitos por infarto agudo do miocárdio (188.829 vs 186.277, p< 0,00001), influenza e pneumonia (164.701 vs 136.436, p< 0,00001), doenças crônicas das vias aéreas inferiores (97.819 vs 78.609, p<0,00001) e agressões (99.947 vs 93.242, p< 0,00001).

Conclusão

O número total de óbitos foi maior na pandemia. Tal aumento ocorreu tanto devido aos óbitos por COVID-19, como pelo aumento de algumas das principais causas de óbito não COVID-19.

Palavras Chave

Mortalidade; COVID-19; Pandemia

Área

MEDICINA PREVENTIVA E SOCIAL

Autores

GABRIELA REIS, AMELIA GORETE REIS, Edison Ferreira Paiva