Dados do Trabalho
Título
ANÁLISE DO PAINEL DA MORTALIDADE EM GESTANTES POR SRAG EM JUIZ DE FORA DURANTE A COVID-19
Objetivo
As mulheres grávidas possuem um maior risco de doença grave por COVID-19 em comparação com mulheres não grávidas, bem como de apresentarem mais desfechos adversos durante a gestação. Assim, este trabalho tem como objetivo analisar o índice de mortalidade por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em gestantes infectadas pelo SARS-CoV-2.
Fonte de Dados
A fonte de dado utilizada é o Observatório Obstétrico Brasileiro SRAG (OOBr SRAG), sendo um painel dinâmico que analisa casos de gestantes e puérperas notificados no SIVEP-Gripe desde 2019. Os dados obtidos são através do portal openDataSUS, envolvendo a anonimização, em cumprimento a Lei 13.709/2018, com o uso dos seguintes filtros: 1) Seleção dos indivíduos do sexo feminino; 2) Seleção das mulheres gestantes ou puérperas; 3) Seleção de gestantes ou puérperas de 10 a 55 anos. Dispensa-se a obrigatoriedade de número do CAAE.
Seleção de Estudos
Através do PubMed e LILACS foram revisados 13 artigos após a aplicação dos seguintes filtros: publicados nos últimos 5 anos, ensaio clínico e metanálise. Os descritores usados foram “Pregnant Women”, “Mortality”, “SARS-CoV-2 Infection”, “COVID-19 Pandemic”, "Severe Acute Respiratory Syndrome".
Coleta e Análise de Dados
Os dados foram extraídos da OOBr SRAG no tópico “Informações Gerais”. A análise é referente às gestantes do município de Juiz de Fora, em Minas Gerais, entre 2020 e 2023, com o diagnóstico de SRAG por COVID-19, na faixa etária de 15 a 40 anos, incluindo todos os trimestres gestacionais e excluindo as puérperas.
Síntese de Dados
Durante a análise dos dados houve um total de 70 gestantes com SRAG devido à infecção pelo vírus da COVID-19, em que 11 estavam no primeiro trimestre, 13 no segundo, 44 no terceiro e 2 não souberam relatar. Desse total, 16 (22,9%) apresentaram desconforto respiratório, 30 (42,9%) tiveram dispneia e apenas 4 (5,7%) resultaram em perda de olfato e paladar. Dentre as comorbidades associadas, 3 (4,3%) possuem doença cardiovascular, 2 (2,9%) asma, 3 (4,3%) diabetes e 1 obesidade. Por fim, em relação ao desfecho, 13 (18,6%) encaminhadas à UTI, 66 (94,3%) internadas, 9 (12,9%) em suporte ventilatório invasivo e 24 (34,3%) não invasivo, e um total de 6 óbitos (8,6%).
Conclusão
A análise das informações sugere que as gestantes são mais favoráveis que as não gestantes aos impactos da infecção por SARS-CoV-2, pois houve uma porcentagem importante de grávidas internadas e com necessidade de suporte ventilatório invasivo ou não, e também de óbitos.
Palavras Chave
Gestantes; Mortalidade; Infecção por SARS-CoV-2; Pandemia COVID-19; Síndrome Respiratória Grave Aguda.
Área
GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
Autores
KAIO FLORENTINO RAMPINELLI, Andreza Resende Neiva , Nathália Vital Guilarducci, Maria Clara Lopes Rezende