Dados do Trabalho


Título

Análise do perfil epidemiológico dos óbitos por pré-eclâmpsia no Brasil no período de 2012 a 2022

Objetivo

Analisar e traçar o perfil de óbitos decorrentes de pré-eclâmpsia (PE) nos anos de 2012 a 2022 no Brasil, onde os distúrbios hipertensivos estão entre as quatro principais causas de morte materna.

Métodos

Efetuou-se um estudo retrospectivo e descritivo por meio do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) e da plataforma TabNet, entre 2012 a 2022. As variáveis socioeconômicas analisadas foram distribuição regional, faixa etária entre 10 a 59 anos, cor/raça, grau de escolaridade e estado civil. Por se tratar de dados disponíveis em banco de dados de domínio público, a submissão ao Comitê de Ética foi dispensada.

Resultados

O total de óbitos registrados por pré-eclâmpsia no Brasil no período de 2012 a 2022 foi de 1.349. Sendo em 2020 (146 - 10,8%) o ano com maior número absoluto. A maioria dos casos ocorreram na região Nordeste (495 - 36,6%) e Sudeste (458 - 33,95%), sendo o menor número de casos registrados na região Norte (127- 9,41%) e Sul (134 - 9,93%). A faixa etária que se destacou foi a de 30-39 anos (585 - 43,3%) seguida pela de 20-29 anos (519 - 38,4%). Com relação a cor/raça, a com maior expressividade foi a parda (724 - 53,67%), seguida da branca (405- 30,02%), preta (176 - 13,05%) e indígena (11 - 0,8%). A escolaridade da maioria das pacientes era de 8 a 11 anos (591 - 43,8%), com a minoria (29 - 2,15%) sem nenhuma escolaridade. No que diz respeito a estado civil, a maior parte eram mulheres solteiras (595 - 44,11%) ou casadas (443 - 32,8%). O local do óbito foi predominantemente hospitalar (1.292- 95,7 %) e a maior parte foi investigado (1.255 - 93,03%).

Conclusão

O estudo reitera a expressiva significância da pré-eclâmpsia como causa de morte materna no Brasil, com destaque para as regiões Nordeste e Sudeste e acometimento prevalente de pacientes com escolaridade incompleta, de cor/raça parda e idade entre 20-39 anos. Reafirmando, dessa forma, a necessidade do aprimoramento no rastreio de gestantes para identificar aquelas com risco aumentado de PE para que possam receber medidas de prevenção adequadas e maior vigilância materno-fetal durante a gestação, e também maior treinamento da equipe de saúde, principalmente, em ambiente hospitalar para o manejo de pacientes com pré-eclâmpsia.

Palavras Chave

Pré-eclâmpsia; Morte materna; Prevenção.

Área

OBSTETRÍCIA

Autores

ANA LETÍCIA PESSATTO, Kauana Rotta, Kethellyn Dayanne Pereira de Carvalho