Dados do Trabalho


Título

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE INTOXICAÇÕES MEDICAMENTOSAS NO BRASIL

Objetivo

Determinar o perfil epidemiológico dos casos de intoxicações medicamentosas no período de 2017 a 2022.

Métodos

Trata-se de um estudo ecológico com análise quantitativa dos casos de intoxicações por medicamentos no Brasil. Os dados foram coletados no banco de consulta de dados, a partir do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do DATASUS, durante o período de janeiro de 2017 a dezembro de 2022. As variáveis das informações foram: número de intoxicações medicamentosas por ano, por faixa etária e região de residência.

Resultados

No período analisado, ocorreram 823.970 notificações por intoxicação, sendo 447.110 (54,2%) casos relacionados ao uso de medicações, seguido de 105.319 (12,7%) por drogas de abuso. Em relação às intoxicações medicamentosas, no ano de 2022 ocorreu a maior incidência: com 104.734 casos (23,4%); seguido por 2019 com 102.711 casos (22,9%). Diante da circunstância da exposição, a maior taxa foi de tentativa de suicídio, com 318.892 casos (71,3%), seguido de uso acidental, com 38.667 casos (8,6%), e automedicação, com 24.244 casos (5,4%), destacando o impacto das tentativas de autoextermínio nesse contexto. Em relação a faixa etária, as idades de 20-39 apresentaram 193.629 casos (43,3%); de 15-19 foram 86.000 casos (19,3%); de 40-59 foram 74.899 casos (16,7%), sendo as faixas etárias com maiores episódios de intoxicações medicamentosas, ademais, nessas faixas, 285.116 (80,4%) casos estavam relacionados a tentativa de suicídio. Em relação às crianças, a faixa etária com maior incidência foi de 1-4 anos, com 28.478 casos (6,3%), sendo 23.471 casos (82,4%) relacionados ao uso acidental. Por fim, em maiores de 80 anos ocorreu a menor incidência, com 2,058 casos (0,4%), sendo mais relacionado a intoxicações diante do uso terapêutico, com 574 (27,8%) casos, podendo estar relacionado à polifarmácia, alterações do metabolismo do idoso e iatrogenia, o que não pode ser confirmado pelo presente estudo devido as suas limitações e impossibilidade de traçar relações de causa e consequência.

Conclusão

Foi evidenciado que a maior causa de intoxicações em adultos foi a tentativa de suicídio, enquanto em crianças foi acidental, salientando a necessidade de intervenções diferentes na prevenção desses episódios. Cabe também a reflexão sobre o preparo da equipe de saúde em relação a conhecimentos em intoxicações para a condução do caso agudo.

Palavras Chave

Intoxicação; Suicídio; Erros de Medicação.

Área

CLÍNICA MÉDICA

Autores

ANA CLARA FERREIRA KALISIENSKY, Bruna Alvarenga do Couto, Amanda Andreatta Cotta, Bruna Barbosa Meyrelles, Brena Marcial Caliman, Isabela Bernardino Freire, Karoline Veronês Tamanini