Dados do Trabalho


Título

Uso de insulina intranasal como neuromodulador em pacientes com Doença de Alzheimer

Objetivo

Identificar os efeitos do uso da insulina intranasal em mecanismos de neuromodulação em pacientes com Doença de Alzheimer (DA), de modo a considerá-la uma alternativa no arsenal terapêutico da abordagem farmacológica em contexto.

Fonte de Dados

Utilizada a plataforma PubMed como base para obtenção de dados. Buscadas publicações utilizando os descritores: “Intranasal Insulin and Alzheimer’s”, publicados nos últimos dez anos, com doze estudos encontrados.

Seleção de Estudos

Foram selecionados apenas ensaios clínicos randomizados, realizados em humanos. Foram excluídos ensaios que avaliavam a mesma intervenção em outro contexto. Revisados, portanto, sete estudos que cumpriram critérios para inclusão.

Coleta e Análise de Dados

Os estudos tiveram seu delineamento avaliado, bem como método e tipo de intervenção, efeitos adversos e desfechos duros e secundários obtidos. Extraídos dados que cumprissem relevância na avaliação quanto ao uso clínico da intervenção.

Síntese de Dados

Evidências constataram o papel da ação insulínica sobre fisiopatologia da DA. Por esse prisma, intervenções terapêuticas com insulina têm demonstrado resultados promissores. Em suma, estudos com insulina regular obtiveram redução de marcadores inflamatórios e modulação imunológica relacionada à redução de proteínas Tau e amiloide em líquor. Ademais, demonstrou redução volumétrica da hiperintensidade da substância branca, alteração relacionada ao agravo da doença. Ao passo que um estudo realizado com glulisina não demonstrou significância em escores para avaliação de aspectos cognitivos e funcionais e relacionados ao humor. Além disso, estudos evidenciaram que baixas doses de regular foram capazes de levar à redução de marcadores séricos relacionados à resistência insulínica cerebral, de modo que possa estar relacionada ao incremento de funções cognitivas. Em estudos que compararam o uso de insulina regular, detemir e controle, observou-se melhor desfecho de memória no braço regular, além de redução na relação envolvendo proteínas Tau e amiloide e manutenção volumétrica cerebral. Já em um estudo que propõe o uso de detemir, notou-se, em subgrupo genético específico, desfecho de melhora em memória verbal e visuoespacial, mais expressivo se resistência insulínica prévia. As intervenções mostraram-se seguras, não foram reportados eventos adversos graves.

Conclusão

Os resultados parecem estar relacionados a insulinas de ação rápida, de forma segura e efetiva. Tais achados evocam a utilização de insulina como alternativa neuromoduladora em pacientes com DA em perspectiva futura.

Palavras Chave

Doença de Alzheimer; Insulina; Demência

Área

CLÍNICA MÉDICA

Autores

JÚLIA NOVAES MATIAS, LARA ARANTES RODRIGUES DA CUNHA, NATHÁLIA BRANDI PAIXÃO, GABRIELA PANEGOSSI GONÇALVES DOS SANTOS, GABRIELA MEDEIROS DE SOUZA, OTAVIO LOTTI PAULINO, GUILHERME MARTINS TAHAN, MARIANA MACHADO LEMOS FOCHI