Dados do Trabalho


Título

Fimose e adesão do prepúcio clitoriano e suas repercussões na qualidade de vida feminina

Objetivo

Revisar a literatura para investigar a prevalência da fimose, aderências clitorianas, e seus impactos na qualidade de vida das mulheres

Fonte de Dados

A busca foi realizada nas bases de dados PubMed e MEDLINE, abrangendo o período de 2019 a 2024. Utilizou-se os descritores indexados na base MeSH: "clitoris", "adhesions", e "phimosis".

Seleção de Estudos

Foram selecionados 9 estudos a partir da análise do título e texto completo apresentando adequação ao tema, enquanto os demais foram desconsiderados por fugir ou tangenciar do assunto

Coleta e Análise de Dados

Os dados foram extraídos de forma sistemática por dois revisores, seguindo um protocolo padronizado. A análise dos dados incluiu a avaliação da qualidade metodológica dos estudos utilizando a ferramenta de avaliação de risco de viés da Cochrane. Achados foram sintetizados qualitativamente.

Síntese de Dados

A fimose clitoriana ocorre quando as cicatrizes se formam no prepúcio clitoriano, maneira em que o clitóris fique parcialmente ou totalmente coberto, podendo apresentar desenvolvimento de pérolas de queratina e pseudocistos esmegmáticos por acumulo de esmegma na região causando um processo inflamatório, e diminuição ou perda da sensibilidade feminina e anorgasmia secundária, em 22% das mulheres com disfunção sexual são encontradas aderências clitorianas. Já a aderência do clitóris geralmente é relacionada à disfunção urinária, condições inflamatórias que resultam em cicatrizes (como líquen escleroso), fusão labial, e até mesmo edema pós-cirúrgico, podendo resultar um uma fimose permanente, e quando detectadas estão prevalentes em mulheres na puberdade ou menopausa, relacionadas a queixas como função sexual prejudicada ou como condição assintomática. Em estudo com 614 mulheres participantes as aderências clitorianas foram identificadas em 23% das mulheres, 44% apresentando aderências leves, 34% moderadas e 22% graves. No estudo, 14% das mulheres apresentaram clitorodinia. Em uma revisão de 61 prontuários de mulheres tratadas da aderência usando o procedimento de lise, a grande maioria relatou melhora na dor (76%), na capacidade de atingir o orgasmo (64%), na excitação sexual (63%) e não houve queixas sobre piora em qualquer desses sintomas. Além disso, mais de 90% das participantes afirmaram que recomendariam esse procedimento.

Conclusão

Mulheres com disfunção sexual devem ser submetidas a exames físicos regulares do clitóris. A incapacidade de visualizar a coroa da glande pode indicar aderências clitorianas, exigindo educação, aconselhamento e encaminhamento para manejo da dor sexual.

Palavras Chave

Clitóris; Fimose; Adesão celular

Área

GINECOLOGIA

Autores

MELISSA ANGELICA FERNANDES DE SOUSA, Kelly Karine Pasqual, Natália Zazula Salvador, Maíra Tami Correia, Karina Torres Pomini, Feres Abrão