Dados do Trabalho


Título

Perfil epidemiológico da hanseníase em menores de quinze anos, em um município endêmico da região Norte do Brasil, do período de 2015 a 2023.

Objetivo

Traçar as características epidemiológicas predominantes e realizar a comparação do coeficiente de endemicidade no recorte temporário de 2015 a 2023 em menores de quinze anos que possuem hanseníase no município de Marabá-PA.

Métodos

É um estudo ecológico descritivo, com dados coletados do Sistema de Informação Hospitalar (SIH), subsidiado pelo DATASUS. Foram incluídos no estudo todos os pacientes menores de 15 anos internados por Hanseníase, na cidade de Marabá- PA no período de janeiro de 2015 a dezembro de 2023, e excluídos todos aqueles que não possuíam idade correspondente, e não foram internados no período proposto. As variáveis analisadas foram: número de internações e sexo. A fórmula utilizada do coeficiente de endemicidade, calculado para cada ano: Coeficiente de Endemicidade = (Número de Casos de Hanseníase em Menores de 15 anos / Número Total de residentes menores de 15 anos) x 100.000. Os dados coletados foram analisados por meio do Microsoft Office Excel.

Resultados

O coeficiente de detecção por 100 mil habitantes demonstrou hiperendemicidade entre os anos de 2015 a 2021, sendo a maior taxa de detecção observada em 2015 (46), com 31 casos diagnosticados. Observou-se tendência a diminuição do número de casos em 2022 e 2023, sendo o coeficiente de detecção de 5,96 e 1,49, respectivamente. Quanto a distribuição por sexo, houve prevalência no sexo masculino com 76 casos (54,28%) contra 64 no sexo feminino (45,71%). No que concerne à faixa etária mais afetada entre os pacientes hansênicos menores de 15 anos, o grupo de 10 a 14 anos representou o maior percentual em todos os anos estudados, com 98 casos (70%), seguido do grupo de 5 a 9 anos com 39 casos (27,8%). Ademais, observou-se predomínio na população parda (74,2%) e preta (15%). A classificação multibacilar predominou com 73 casos (52,1%). No que tange a forma clínica notificada, constatou-se prevalência da dimorfa (40,7%), seguido da forma indeterminada (40%) e tuberculóide (7,1%). Quanto à incapacidade, 84,2% dos pacientes apresentaram grau zero, 10,7% grau I e apenas 3,5% grau II.

Conclusão

A taxa de detecção de novos casos da doença apresentou decréscimo ao longo dos anos de 2015 a 2023. Entretanto, é válido considerar a ocorrência de subnotificação de dados. Nessa perspectiva, espera-se que haja a continuidade da queda real de internações e da transmissão da doença, a fim de alcançar um coeficiente de endemicidade baixo. Visto que, o perfil epidemiológico aponta para um diagnóstico precoce falho pelas unidades de saúde.

Palavras Chave

hanseníase; Epidemiologia; Criança; Adolescente; Notificação de doenças

Área

DERMATOLOGIA

Autores

ISADORA LIMA VALE, ALINE DOS SANTOS, Maria das Neves Mesquita Dutra Fernandes, Izabella De Souza Rabello, Gabriely Borsoi Leite, Isadora Brasil Neves¹, Juliana Nayde Zuquim Tangerino, Ana Paula dos Santos