Dados do Trabalho


Título

TOXOPLASMOSE CONGÊNITA: UM ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO SOBRE MACRORREGIÕES BRASILEIRAS

Objetivo

A toxoplasmose é uma zoonose causada pelo parasita intracelular Toxoplasma gondii, que afeta grande parte da população global, sendo sua contaminação ocasionada por hábitos higiênicos, alimentares e contato com os agentes hospedeiros. A infecção ocorrida durante a gestação pode resultar no quadro de toxoplasmose congênita, podendo ocasionar uma série de complicações, como malformações congênitas, lesões neurológicas e oftalmológicas, prematuridade, abortamento ou morte. Analisar a incidência e a distribuição geográfica da toxoplasmose congênita em diferentes macrorregiões do Brasil durante o período de janeiro de 2019 a dezembro de 2023.

Métodos

O estudo é caracterizado como uma análise epidemiológica, utilizando dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Foram analisadas as variáveis: casos diagnosticados durante o período estudado e óbitos, abrangendo as macrorregiões e comparando-as, tendo como critério de inclusão casos diagnosticados por métodos laboratoriais.

Resultados

Durante o período de 2019 a 2023, foram registrados 21.058 casos de toxoplasmose congênita. Constatou-se uma taxa significativa de crescimento, 239% durante esse período, sendo 1.813 casos em 2019 para 6.145 casos em 2023. A distribuição por macrorregiões evidenciou o Sudeste com maior incidência (7.514 casos; 35,68%), seguido pelo Nordeste (5.402 casos; 25,65%), Sul (3.722 casos; 17,67%), Centro-Oeste (2.451 casos; 11,63%) e Norte (1.969 casos; 9,35%). Dentre todos os casos diagnosticados durante esse período, 135 evoluíram a óbito. Sendo o Sudeste a região com maior índice (49 óbitos; 36,29%), seguido pelo Sul (32 óbitos; 23,70%), Nordeste (27 óbitos; 20%), Norte (15 óbitos; 11,11%) e Centro-Oeste (12 óbitos; 8,88%). Como possível fator nesse cenário, tem-se o contato íntimo com os gatos, vetor de transmissão, especialmente em regiões de maior urbanização e densidade demográfica, como o Sudeste.

Conclusão

Observa-se uma incidência expressiva de casos de toxoplasmose congênita no Sudeste e Nordeste, com taxas de mortalidade mais elevadas no Sudeste e Sul. O estudo também aponta para um aumento constante de casos ao longo do período analisado. Diante disso, ressalta-se a importância de realizar uma análise minuciosa do perfil epidemiológico em cada macrorregião do Brasil, visando à implementação de estratégias de saúde pública específicas e eficazes para o controle e prevenção da doença, como maior cobertura de testagem sorológica no pré-natal.

Palavras Chave

Toxoplasmose congênita; Epidemiologia; Parasitose; Saúde Pública.

Área

INFECTOLOGIA

Autores

CAIO VINICIUS BOTRLHO BRITO, Carolina Barbosa Redig, Diórgenes Rodrigues Cardoso, João Vitor Rodrigues Vidal, Larissa Suzan Basilio e Silva, Marcos Vinícius Souza de Almeida, Maurivan Evangelista Vilanova