Dados do Trabalho


Título

IMPACTO DA COVID-19 NAS UTIS EM REGIÕES BRASILEIRAS ENTRE 2020 A 2022: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA

Objetivo

O objetivo deste estudo foi analisar o impacto da COVID-19 nas Unidade de Terapia Intensivas (UTIs) brasileiras, explorando a sobrecarga das unidades e a alocação de recursos.

Fonte de Dados

Revisão sistemática da literatura realizada nas bases de dados MEDLINE e SciELO. Os artigos selecionados incluíram pacientes internados em UTIs brasileiras (P) com infecção por SARS-COV-2 (I) durante 2020 a 2022 (C) e os efeitos relacionados à sobrecarga das UTIs e a alocação de recursos (O).

Seleção de Estudos

Selecionaram-se artigos em português e em inglês, no recorte temporal entre os anos de 2020 a 2022. Os termos utilizados foram "COVID-19" OR "SARS-Cov-2" AND "Pandemic" AND "Intensive Care Units" OR "UTI" AND "Brazil". Foram incluídos artigos originais com texto completo e de acesso livre, que abrangia públicos adultos e pediátricos de ambos os sexos.

Coleta e Análise de Dados

A coleta inicial contabilizou 233 artigos e após análise em pares foram excluídos aqueles que não se alinhavam com o objetivo da pesquisa, resultando na seleção final de 8 estudos de acordo com a recomendação PRISMA. A análise de dados foi realizada pela estratificação dos artigos por anos de publicação e número de internações.

Síntese de Dados

Os estudos demonstraram que a distribuição de UTIs é discrepante entre os setores público e privado, de modo que, a escassez de leitos, medicamentos e exames foi mais significativa no início de 2022 para o sistema público e com menor alocação de recursos, porém logo se fez presente até o final de 2022 para o setor privado. Em comparação a 2020, as UTIs obtiveram menor sobrecarga de recursos e a alocação de recursos se fez mais equilibrada em 2021 e 2022. As instituições públicas enfrentaram uma disponibilidade limitada de leitos de UTI em diversos estados, como no Amazonas, em Pernambuco e no Ceará, onde houve escassez de equipamentos essenciais. Grupos específicos da população - indivíduos com baixa escolaridade, comunidades indígenas ou afro-brasileiras e idosos - demonstraram ser mais vulneráveis em termos de mortalidade e taxas de internação devido à COVID-19.

Conclusão

A pandemia gerou uma sobrecarga nas UTIs do Brasil, especialmente nas regiões com recursos mais limitados, onde a disparidade entre UTIs públicas e privadas representa um desafio. Os grupos com menor acesso aos serviços de saúde foram os mais afetados pela COVID-19, exacerbando as desigualdades existentes no país principalmente no início da pandemia.

Palavras Chave

SARS-CoV-2; Pandemia; COVID-19;

Área

MEDICINA INTENSIVA

Autores

JULIA LEITE FERREIRA, Alessandro Batista Soares, Maria Julia Horikawa, Nathalia Gabrielle Dallacort , Maria Vitória Sobral Bernardino , Breno Nunes Costa