Dados do Trabalho
Título
O IMPACTO DA MICROBIOTA INTESTINAL NOS DISTÚRBIOS NEUROLÓGICOS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Objetivo
O eixo microbiota-intestino-cérebro é caracterizado pela comunicação entre o intestino e o encéfalo, através de sinais metabólicos, neurológicos e físicos, modelando diversas funções fisiológicas e influenciando transtornos neurológicos. O objetivo desta revisão é avaliar o efeito da microbiota intestinal sobre distúrbios neurológicos.
Fonte de Dados
A plataforma utilizada foi PubMED, em maio de 2024. Utilizou-se a combinação de descritores Decs: “brain-gut axis” OR “gastrointestinal microbiome” OR “gut microbiota”AND “brain” AND “health”.
Seleção de Estudos
A busca inicial resultou em 75 artigos. Para este estudo, como critérios de inclusão foram selecionadas publicações de 2022 a 2024, escritos na língua inglesa, do tipo clinical study, clinical trial ou case report. Após exclusão dos artigos duplicados, além dos não relevantes para o objetivo deste resumo, foram selecionados 11 artigos para a revisão.
Coleta e Análise de Dados
Após leitura integral dos artigos, coletaram-se dados que mostrassem uma relação entre alterações da microbiota e distúrbios neurológicos por meio do eixo cérebro-intestino e realizada uma comparação baseada nessa associação.
Síntese de Dados
Estudos mostram que a disbiose da microbiota e seus metabólitos, além de modular as funções cerebrais e o sistema imune, regulam a permeabilidade das barreiras intestinal e hematoencefálica, estando relacionada a condições como comprometimento cognitivo leve (CCL), acidente vascular cerebral isquêmico (AVCi), doença de Parkinson (DP) e doença de Alzheimer (DA). Um ensaio clínico com 50 pacientes com DP demonstrou que a intervenção por transplante de microbiota fecal contribui significativamente para a eficácia de medicamentos convencionais e melhora sintomas motores e não-motores, com redução da neuroinflamação. Outro trabalho mostrou que a disbiose da microbiota pode atuar como marcador prognóstico de AVCi e ser alvo de tratamento em mais de 70% dos casos. Ainda, um ensaio envolvendo 42 pacientes com CCL sob tratamento probiótico de 3 meses demonstrou melhora na função cognitiva, na qualidade do sono e na capacidade executiva e de memorização, reduzindo efetivamente o risco de avanço para DA.
Conclusão
Há forte associação entre microbiota gastrointestinal e saúde cerebral, de forma que intervenções terapêuticas voltadas para a modulação dessa microbiota, como orientações dietéticas e uso de probióticos, pode representar uma estratégia promissora para prevenir e tratar condições neurológicas.
Palavras Chave
Microbiota Intestinal; Distúrbios Neurológicos; Eixo cérebro-intestino.
Área
NEUROLOGIA
Autores
JULIANA AMORIM SOUZA, Maísa Silva Nascimento