Dados do Trabalho


Título

Prevalência de Hipertensão Arterial Pulmonar pós Síndrome Respiratória Aguda Grave por COVID-19

Objetivo

Estimar a prevalência da hipertensão arterial pulmonar (HAP) em pacientes que apresentaram infecção grave pela COVID-19, manejados em ambiente de terapia intensiva, após um ano da alta hospitalar. Vinculado a isto, também correlacionar o grau de comprometimento pulmonar, marcadores de tromboembolismo e comorbidades com a elevação da pressão sistólica da artéria pulmonar.

Métodos

O trabalho, submetido em Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE número 38394920.4.0000.5086), se constitui de um estudo descritivo, retrospectivo, que selecionou por meio da análise dos prontuários de 157 pacientes que estiveram internados por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) na Unidade de Terapia Intensiva, em um hospital na cidade de São Luís, Maranhão, Brasil, no período de março de 2020 a abril de 2021. Foram excluídos indivíduos sem diagnóstico laboratorial por meio de RT-PCR para SARS-CoV-2 ou que evoluíram a óbito. Os 31 pacientes restantes tiveram seus dados da internação coletados em prontuário e foram convidados a realizar voluntariamente um ecocardiograma transtorácico para mensuração da pressão sistólica da artéria pulmonar (PSAP), após um ano de suas internações. Destes, 16 aceitaram participar do estudo e realizar o exame. Foi considerado como valor de corte, para a sugestão de HAP, medidas da PSAP com valores maiores ou iguais a 35 mmHg, conforme a caracterização ecocardiográfica da Sociedade Brasileira de Cardiologia de 2019.

Resultados

Um total de 16 pacientes foram incluídos na análise final da pesquisa. A prevalência de uma medida de PSAP sugestiva de hipertensão pulmonar foi de 25%, os quais, comparados aos indivíduos sem alteração desta, eram mais velhos, apresentavam maior prevalência de comorbidades, maiores graus de acometimento pulmonar, maiores níveis séricos de D-dímero e marcadores inflamatórios mais elevados. A variável com maior relevância estatística foi a doença renal crônica, presente em 50% dos pacientes com alteração da PSAP (p = 0,032).

Conclusão

Valores de PSAP maiores ou igual a 35 mmHg foram mais prevalentes entre pacientes graves infectados pela COVID-19 do que a prevalência da doença na população em geral com mais de 45 anos e pacientes com maior grau de acometimento pulmonar e maiores níveis de D-dímero também apresentaram valores mais altos de PSAP. Logo, a partir destes dados, a hipótese de HAP pode mostrar-se como um relevante diagnóstico diferencial em pacientes que apresentem sintomas respiratórios crônicos e história pregressa de SRAG por COVID-19.

Palavras Chave

COVID-19; síndrome respiratória aguda grave; hipertensão pulmonar

Área

CLÍNICA MÉDICA

Autores

STEFANY BRITO DE AZAMBUJA, ALCIMAR NUNES PINHEIRO, STERFFESON LAMARE LUCENA DE ABREU