Dados do Trabalho


Título

ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DAS INTERNAÇÕES POR LINFOMA NÃO-HODGKIN EM CRIANÇAS DE 0 ATÉ 14 ANOS NO BRASIL ENTRE 2018 E 2023

Objetivo

Elucidar o perfil epidemiológico das internações de crianças com linfoma Não-Hodgkin entre 2018-2023 no Brasil.

Métodos

Este estudo trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo, com coleta de dados secundários a partir do Sistema de Internações Hospitalares (SIH-SUS) no banco de dados do DATASUS. A população trata-se de todas as crianças, de 0 até 14 anos, internadas em razão do Linfoma não-Hodgkin. Foi avaliada também a taxa de mortalidade e os custos pelas internações. Os dados foram estratificados conforme número de internações, valor total gasto, valor por internação, sexo, faixa etária, raça, número de óbitos e taxa de mortalidade. A forma de classificação dos dados foi feita a partir de estratificação com base nas regiões brasileiras adotadas pelo sistema do Sistema de Internações Hospitalares (SIH-SUS): Região norte, nordeste, centro-oeste, sudeste e sul. Pelo fato do DATASUS ser uma fonte de acesso público, não foi necessária a aprovação do Comitê de Ética em pesquisa e humanos.

Resultados

Foram registradas 11.557 internações de linfoma Não-Hodgkin nas crianças de 0-14 anos no período de 2018-2023. Destes, o maior número de casos concentra-se na região Sudeste (n=4.232). Observou-se 194 óbitos, sendo a região Nordeste com o número mais elevado (n=72). No que concerne à taxa de mortalidade, a taxa nacional foi de 1,60%, sendo a maior taxa na região Norte (3,36%). Analisando o sexo dos pacientes, nota-se maior concentração de internações no sexo masculino (n=8.164), mais que o dobro no sexo feminino (3.393). Em relação à idade, percebeu-se maior quantidade de internações na faixa etária de 10-14 anos (n=4.720). Investigando a etnia dos pacientes, foram registrados maiores internações em pacientes de etnia parda (n=5.612), seguida pela etnia branca (n=4.143), preta (n=289), amarela (n=56) e indígena (n=10). 1.447 crianças não tiveram sua etnia registrada. Foram investidos 227.093,77 reais nas internações de crianças com linfoma Não-Hodgkin, sendo o valor médio nacional por internação de 2.142,39. A média nacional de dias de permanência hospitalar é de 6,9 dias. Esses dados evidenciam o linfoma Não-Hodgkin como uma problemática de saúde pública ainda velada.

Conclusão

Portanto, torna-se essencial a formação de novos estudos epidemiológicos que compreendam mais o perfil epidemiológico e biopsicossocial entre as crianças acometidas pelo linfoma Não-Hodgkin, além de políticas que capacitem os profissionais de saúde no diagnóstico e nas condutas relacionadas ao tratamento

Palavras Chave

Hematologia; Linfoma não-Hodgkin; Oncologia; Pediatria.

Área

PEDIATRIA

Autores

LUAN NASCIMENTO LÁZARO, Maria Gabriela Silva Guzzi, Rafaela Ribeiro Benedito