Dados do Trabalho


Título

MORTALIDADE DE MULHERES POR ECLÂMPSIA NO ESTADO DE SÃO PAULO NO PERÍODO DE 2012 A 2022

Objetivo

Analisar a ocorrência de óbitos causados pela eclâmpsia, no período de 2012 a 2022, no estado de São Paulo.

Métodos

Estudo ecológico, retrospectivo, quantitativo e descritivo, cujos dados foram obtidos a partir de consultas realizadas no Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM - através do Departamento de Informação do Sistema Único de Saúde (DATASUS), referente ao período de 2012 a 2022 no estado de São Paulo. Como critérios de inclusão utilizados foram ano do óbito, morte/ gravidez/ puerpério, óbitos/ mulheres idade fértil, óbitos no período de 2012 a 2022, capítulo CID10/ XV. gravidez parto e puerpério, categoria CID 10/ O15 eclampsia. Foram excluídos raça, faixa etária, escolaridade, sexo masculino.

Resultados

No período de 2012 a 2022, ocorreram 3279 óbitos maternos durante a gravidez, parto ou puerpério, sendo os anos de 2021 (457), 2017 (348) e 2020 (332) com maior número de óbitos. Sob essa perspectiva, nota-se que a principal causa de morte materna é referente à subcategoria O99 do CID 10 (classificação Internacional de Doenças) com 872 óbitos, seguida da O98 com 406 e da O15 - “Eclampsia” - com 210. Ao analisar os óbitos decorrentes de eclampsia, como resultado de complicações da gravidez e/ou do puerpério, destaca-se que, dentre eles, a maior parte foi no “período de puerpério, em até 42 dias”, com 146 óbitos, representando 69,52%; seguido de “durante a gravidez, parto ou aborto” com 46 (21,9%); “durante o puerpério, de 43 dias a menos de 1 ano” com 5 (2,38%); “não na gravidez ou no puerpério” com 3 (1,42%) e com 10 (4,76%) na categoria “não informado ou ignorado”.

Conclusão

Conclui-se que a morbidade materna permanece prevalente no país, sendo a eclâmpsia a terceira principal causa de morte no período de gravidez, parto e puerpério. De acordo com estudos realizados no município de São Paulo, foram identificadas falhas no acolhimento das mulheres, relacionadas ao pré-natal deficiente ou inadequado, hospitais com infraestrutura ineficiente, falta de planejamento familiar e escassez de vagas hospitalares, fatores que acarretam em um atendimento precário para as gestantes e aumentam as chances de eclâmpsia. Para uma atenção adequada a essa população e a redução da mortalidade, são necessárias equipes com variados profissionais qualificados, suporte laboratorial eficaz ao diagnóstico e para o tratamento, além da disposição de equipamentos adequados.

Palavras Chave

Eclâmpsia; gravidez; morbidade.

Área

GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA

Autores

MARIA EDUARDA COSTA TAMEGA, LAURA PRETTE CAMARGO, MARIA EDUARDA DURANTE MAZUCATO, ALAN CARVALHO DIAS BAUER, HIGOR BRAGA CARTAXO